quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sonhand’on again


Um rapaz escrevendo a noite
As vontades, frustrações, incentivos e açoites
Escrevendo sonhos, não no caderno ou no diário
Sonhos na agenda do trabalho
Talvez seja algo de adolescente retardado
De quem tem que crescer rápido
Em meio a contas, sonhos e salário
É bom saber que não me transformei
Em uma máquina de separar papéis
Ou talvez seja esse surto poético um programa que não sei
HP ou Epson, talvez
Aprendi a executar meu serviço
E ele a me executar
Eu trabalho pra dormir domingo
Nem dá tempo de sonhar
Cadê o carro com minhas pastas e livros?
Inatividade poética me causou danos
Eu fechei os olhos e daqui a pouco faço mais um ano
Eu sabia tudo o que fazer e alcançar
Aprendi tantos, tantos diplomas e não posso usar
I’ll turn myself on again
Assim se sente quem desperta de um coma
Meu coma fora da cama
Ninguém me sacudiu ou deu choque
Não foi nada que eu li, nem canção da Paula Toller
Foi o vidro espelhado da sala da gerência
Olhei pra mim mesmo com indiferença
Caí doente, acordei depois de anos
Sem dor, mas com sede de viver meus sonhos
Um rapaz voltou do coma-consciente
I’m on again
08/02/08

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